segunda-feira, 23 de novembro de 2009

“Grupo Baader-Meinhof” e a “Festa do Balanço Geral” (ou Sinais de Barbárie Próxima)

Um bando no vagão do trem. Batem, dão socos nos bancos, nas portas, fazem o barulho que podem, riem de alguma coisa que os expectadores não sabem. Alguns deles caminham alucinados de um lado para o outro, os outros olham, gritam e guincham. Um puxa o calção do que está mais perto da porta. As mulheres que os acompanham mantém no rosto sorrisos câibricos. Em cada estação que o trem pára, pessoas entram, voltando do trabalho. “Pira-pirá-pirô” é uma das palavras de ordem daquele bando, entre o monte de coisas que gritam, quase tudo tirado de programas de tv. Um espetáculo grotesco. A maioria tem entre 15 e 20 anos, devem ter nascido entre 1989 e 1995. Quem são esses miseráveis, pobres coitados, desgraçados, cuspindo na cara de gente tranquila e normal sua miserável condição? Criaram uma geração de jovens fortemente identificados com o mundo do crime. Em seu linguajar e “ética”, refletem o mundo da cadeia e dos marginais. As periferias tem suas próprias leis, seus próprios heróis.
Um pouco de história. As elites vergaram a espinha da população pobre durante, muito tempo. O povo ficou humilde, dócil, paciente demais. A geração da televisão, internet e crack é mais rápida, e parecem ter, mesmo que vaga, uma noção de onde tudo isso veio. Não se submetem aos pais, cospem na cara deles sua fraqueza. O criminoso tem energia, atitude, não é um bunda-mole.

Um comentário:

E. Simon disse...

Revivi muitas lembranças metropolitanas